Este inferno de amar
Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... Quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei não me lembro: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... Dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? - não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei.
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei não me lembro: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... Dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? - não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei.
Almeida Garrett
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Nossa este poema é mesmo uma declaração de um amor arrebatador, nunca pensei que Garrett, era um homem tão romântico, fico contente em poder ver um blog tão interresante sobre a literatura portuguesa, parabéns para vcs turma.
ResponderExcluirObrigado ronei,por ter participado do nosso blog, que bom que gosta dos poemas de Garret.Abraçossssssssssss
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